Greve Geral: trabalhadores pretendem parar o país novamente no dia 10/11
O 3º Congresso da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas terminou no domingo, dia 15/10, mas deixou aos trabalhadores uma grande tarefa: construir uma nova Greve Geral no dia 10/11. Depois de quatro dias de ricas discussões, os números finais revelaram a grandeza do encontro, que reuniu 2664 pessoas, sendo 1953 delegados brasileiros, 113 delegados internacionais, 264 observadores, 24 convidados, 105 crianças na creche Conlutinhas, e outras 205 pessoas entre apoiadores, profissionais da imprensa ou expositores.
105 crianças acompanharam os pais no evento e tiveram atividades educativas na creche Conlutinhas
Durante o Congresso, os delegados discutiram e deliberaram sobre a posição da CSP Conlutas com relação as conjunturas internacional e nacional, o plano de ações da entidade, balanço dos últimos períodos, além da organização, estatuto e estrutura da Central.
Um dos debates mais disputados da conjuntura internacional foi a situação da Venezuela. Inúmeras críticas ao governo de Nicolas Maduro apontaram que a CSP deve se posicionar contra qualquer governo que permita a miséria, persiga e reprima seu povo. Da mesma maneira, resoluções sobre o Haiti, Angola e Catalunha reforçaram o movimento da Central em solidariedade à luta dos trabalhadores em todas as partes do mundo, contra a retirada de direitos e pela soberania popular.
Com relação à conjuntura nacional, além da deliberação pela construção da Greve Geral do dia 10/11, as manifestações foram no sentido de fortalecer a CSP Conlutas como central sindical e popular de caráter unitário. Além disso, reforçaram-se as posições contrárias a qualquer movimento de conciliação de classes, por meio de frentes ou acordos que esvaziem o perfil radical e revolucionário, bem como as táticas de ação direta. O trabalho da entidade deve ser de conscientização da classe, na perspectiva de criar as condições para a sua emancipação.
Delegados e delegadas decidiram as posições da Conlutas sobre as conjunturas internacional e nacional, o plano de ações da entidade, balanço dos últimos períodos, além da organização, estatuto e estrutura da Central.
“Para conquistar as nossas reivindicações, vencer as reformas de Temer, nós precisamos organizar a classe com autonomia e independência de governos e patrões. É fundamental para o nosso debate que a gente sempre resgate esse papel”, disse Rejane de Oliveira, representante do Sindicato dos Professores e Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), durante a defesa do conjunto de resoluções aprovadas pela plenária, contra a aproximação de grupos políticos que discutem alternativas para as eleições de 2018.
Unidade da classe trabalhadora
Várias intervenções demonstraram, ao longo do evento, a energia e a disposição dos trabalhadores, que representaram ali 330 entidades de categorias profissionais diversas, como metalúrgicos, rodoviários, professores, seringueiros, trabalhadores ecetistas, sem teto e sem terra, estudantes, entre outros, além de organizações populares também diversas, como grupos de mulheres, quilombolas, LGBT’s e indígenas.
A mesa contra as opressões, realizada no último dia do evento, proporcionou um dos debates mais marcantes do 3º Congresso da CSP Conlutas. A fala firme e sóbria do representante indígena da etnia Gamela, Inaldo Kuntum, emocionou a todos. "Milhares de indígenas foram assassinados pelas balas do sistema, para dar lugar ao que esse mesmo sistema chama de progresso. Mas tem um segredo que eles não sabem: nós somos sementes. Sementes crioulas, caboclas. Apesar dos brutais assassinatos de índios, travestis, quilombolas, trabalhadores, outros milhares surgirão. Nós não morremos. Os que têm o sangue derramado seguem com a gente na luta”.
O representante dos indígenas Gamela, Inaldo Kuntum, ao lado dos companheiros na Mesa Contra as Opressões
A inspiração do 3º Congresso da CSP Conlutas nos 100 anos da Revolução Russa, invocando ares de novos outubros, fortaleceu ainda mais os participantes. De modo geral, a avaliação é de que a consciência, organização e luta dos trabalhadores avança. Apesar da aparente apatia, há insatisfação, reações e respostas aos ataques em todos os cantos. A superação do sistema capitalista pode ser um processo longo, mas inevitável.
Clique aqui para assistir a íntegra dos debates do 3º Congresso da CSP Conlutas.
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Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
CSP-Conlutas reúne mais de 2500 trabalhadores brasileiros e de outros países no 3º Congresso em Sumaré
A luta dos trabalhadores é internacional. Nesse momento, 2581 pessoas estão reunidas no 3º Congresso Nacional da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas, em Sumaré, interior de São Paulo. O encontro teve início nessa quinta-feira, 12/10, e será encerrado na manhã do próximo domingo, 15/10, com participação dos trabalhadores brasileiros organizados e também de alguns companheiros de outros países.
Com o tema “Outros outubros virão. Outras manhãs plenas de sol e de luz”, trecho de uma composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, brilhantemente interpretada por Elis Regina, representantes de sindicatos e outros movimentos sociais organizados discutem, à luz dos 100 anos da Revolução Russa, os caminhos para a resistência e emancipação da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.
Embora os ataques sejam duros e numerosos, a troca de experiências nas lutas e as análises que apontam reações da classe animam os participantes. “Quando o cenário foi de escravidão, fizemos os quilombos. Se há exploração, há greves. Quando há repressão, há resistência. Nos disseram que seria impossível evitar o aumento das passagens, e nós tomamos as ruas em 2013. Nos disseram que não conseguiríamos fazer uma greve geral, e nós fizemos a maior da nossa história em 28 de abril desse ano. Disseram que seria impossível evitar a privatização das escolas, e os estudantes fizeram centenas de ocupações. Disseram que os indígenas não conseguiriam intervir sobre a privatização do Parque do Jaraguá, e eles tomaram as torres de comunicação do Pico, deixaram mais de 600 mil pessoas no estado de SP sem sinal, e conseguiram ser ouvidos”, disse Helena Silvestre, do Movimento Luta Popular e membro da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP Conlutas, na mesa de abertura, causando ampla agitação na plenária.
“Se nós fizemos uma vez, faremos quantas outras forem necessárias. Nós não queremos a metade, queremos inteiro”, continuou a coordenadora, pontuando, em seguida, que um dos principais desafios é provocar a identificação dos trabalhadores com a classe.
Amauri Fragoso, diretor tesoureiro do ANDES - Sindicato Nacional e também membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas destacou a importância da unidade dos trabalhadores, e afirmou que “o impossível” não existe; que há, sim, o improvável, a depender das condições colocadas.
A Adufmat-Seção Sindical do ANDES representa a categoria com quatro delegados e um observador, respectivamente: Alair Silveira, Maelison Neves, Waldir Bertúlio, Tomás Boaventura e Reginaldo Araújo.
Em meio a algumas intervenções políticas, o ANDES Sindicato Nacional fez um manifesto na Plenária para divulgar a Campanha Nacional Contra o Assédio Sexual.
Questões centrais
Durante as análises iniciais, na defesa das teses de análise de conjuntura, foram destacados pontos centrais de organização e atuação da CSP. A unidade com movimentos de trabalhadores que já retrocederam a acordos anteriores foi um deles, como ocorreu com o que deveria ser a Greve Geral de 30/06. A realização de outro evento maior, com trabalhadores de todos os setores, todas as centrais, sindicatos e movimentos sociais, foi outra demanda apresentada, assim como a construção de uma Greve Geral no dia 10/11. Um dos temas mais delicados, a posição da Central durante as eleições de 2018, também foi uma preocupação pontuada. Esses pontos de pauta serão aprofundados no decorrer do evento, por meio dos grupos de discussão e das plenárias.
Na manhã dessa sexta-feira, 13, a Mesa de Saudação Internacional emocionou os participantes. Representantes da Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, México, El Salvador, Haiti, Venezuela, Costa Rica, Estados Unidos, Portugal, França, Itália, Tunísia, Síria, África do Sul, Nicarágua, Namíbia, Palestina, entre outros, falaram da luta contra a retirada de direitos, a precarização do trabalho, a perseguição de trabalhadores. Também falaram sobre a retaliações a sindicatos, e a resistência que surge mesmo nas condições mais adversas. A solidariedade internacional entre os trabalhadores evidencia a força e a capacidade de reação da classe. Nesse Congresso, os trabalhadores também discutem a posição da CSP com relação a Venezuela e outras conjunturas internacionais.
O Congresso manifestou ainda apoio à independência da Catalunha e ao povo Sírio, erguendo enormes bandeiras dos dois países.
No período da tarde, além os grupos de discussão sobre as propostas apresentadas no Caderno de Teses, os participantes tiveram um painel sobre os “100 anos da Revolução Russa”, com Martin Hernandez (LIT), Kevin Murphy (University of Massachusetts), Wanderson Fábio de Melo (UFF) e Valério Arcary (IFSP).
O 3º Congresso da CSP Conlutas está sendo transmitido ao vivo. Acompanhe pela página da Central: www.cspconlutas.org.br
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
ANDES-SN encaminha propostas de resolução ao 3º Congresso da CSP-Conlutas
O ANDES-SN encaminhou nessa semana, para discussão nas bases, as quatro propostas de resolução enviadas ao caderno de textos do 3º Congresso da CSP-Conlutas, que acontece de 12 a 15 de outubro, em Sumaré (SP). De acordo com a circular 315/17, as resoluções apresentadas pelo Sindicato Nacional “são as deliberações de nossas instâncias como Congresso, Conad e reunião da diretoria nacional”.
Foram encaminhados textos para quatro eixos: O processo de reorganização e a necessidade de reafirmar a construção de uma alternativa sindical e popular, classista e construída desde a base; Balanço político e plano de ação; Conjuntura Nacional e Internacional; e Os 100 anos da Revolução Russa e a atualidade de suas lições para o movimento sindical e popular brasileiro.
A diretoria nacional do ANDES-SN também convocou, através da mesma circular, os delegados e observadores do Sindicato Nacional para uma reunião, em Sumaré, no dia 11 de outubro, antecedendo o 3º Congresso da Central, “com o objetivo de apresentar a posição da direção nacional sobre as resoluções propostas pelas demais entidades”. Ao todo, já foram encaminhadas, até o momento, setenta e nove propostas de resolução. Confira aqui.
3º Congresso e 1º Encontro da Classe Trabalhadora das Américas
A terceira edição do Congresso da Central tem como objetivo pensar políticas que orientarão as lutas da CSP-Conlutas e avaliar a condução da entidade desde o congresso anterior, realizado em junho de 2015. O 3º Congresso também será marcado pela comemoração dos 100 anos da Revolução Russa.
Na sequência do Congresso, nos dias 16 e 17, será realizado, na cidade São Paulo (SP), o 1° Encontro da Classe Trabalhadora das Américas. O evento é organizado pela Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, da qual participa a CSP-Conlutas, e tem como objetivo estreitar as relações e trocar experiências da luta e da resistência contra os ataques dos patrões e governos no continente americano.
Para confirmar a participação na Reunião Internacional, ou ainda esclarecer dúvidas, entre em contato por meio do email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Confira a programação do 3° Congresso da CSP Conlutas
4ª Feira (11)
17h00 – Recepção e inicio do credenciamento das delegações
5ª Feira (12)
08h00 – Continuidade do Credenciamento
09h30 – Ato de Abertura do Congresso
12h00 – Votação do Regimento Interno
13h00 – Almoço
14h30 – Apresentação e defesa das propostas gerais de contribuição ao Congresso
17h00 – Grupos de Trabalho: Resoluções de Conjuntura Nacional e Internacional e Plano de ação
20h00 – Jantar
6ª Feira (13)
09h00 – Apresentação e saudação da delegação Internacional
10h00 – Painel sobre 100 Anos da Revolução Russa
13h00 – Almoço
14h00 – Encerramento do credenciamento
14h30 – Painel sobre caráter e estratégia da Central
17h30 – Plenária deliberativa sobre Conjuntura Nacional, Internacional e Plano de ação
19h00 – Jantar
20h30 – Festa oficial do Congresso
Sábado (14)
10h00 – 11 Anos da CSP-CONLUTAS e os desafios para o fortalecimento da Central na construção de alternativa classista, sindical e popular
13h00 – Almoço
14h30 – Grupo de trabalho sobre reorganização, estatuto e direção “Os desafios para o Fortalecimento da central na construção de uma alternativa classista, sindical e popular para o movimento de massa no Brasil”
17h00 – Reuniões dos setoriais
19h00 – Jantar
Domingo (15)
09h00 – Assembleia Estatutária/Modificações ao Estatuto
10h00 – Direção
11h00 – Plenária deliberativa final e moções
Balanço
Reorganização e política organizativa
Moções
13h00 – Sessão de encerramento
14h00 – Almoço e término do Congresso
Fonte: ANDES-SN
EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA ADUFMAT- Ssind, 11/09/17 (segunda-feira)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO |
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A Diretoria no uso de suas atribuições regimentais convoca todos os sindicalizados para Assembleia Geral Ordinária a se realizar: Cuiabá, 04 de setembro de 2017
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